Casas Brasonadas de Portalegre - Conhecer a nossa cidade

O centro urbano de Portalegre desenvolveu-se principalmente a partir do século XVI, época em que foi elevado a sede de Bispado e a categoria de Cidade. Nos séculos seguintes, com o desenvolvimento da indústria, instalaram-se aqui várias famílias nobres e burguesas, facto que irá contribuir para a existência na cidade e arredores de um dos melhores conjuntos de casas solarengas do país.
O roteiro que a seguir se apresenta inclui um conjunto de 16 Casas Brasonadas situadas dentro da cidade, nas quais o visitante pode apreciar as belíssimas fachadas e os respectivos brasões pertencentes a famílias nobres da região.

Mapa de localização e respectiva identificação dos Solares:

Legenda:
O percurso tem início na Praça da República:

1 - Palácio Achioli – Segundo a tradição, ali existiu um edifício onde morou D. Iria Gonçalves Pereira, mãe de D. Nuno Álvares Pereira. No século XVIII foi construído por uma família de origem italiana, a família Achioli. Em estilo barroco, de linhas geométricas, mantém as características dessa época. Além da fachada, pode apreciar-se uma bela escadaria em granito e alguns painéis de azulejos do século XVIII.Aqui funcionou o Liceu Nacional de Portalegre. Hoje alberga a Escola Superior de Educação de Portalegre.

2 - Palácio Avilez – Data do século XVIII e pertenceu aos Condes de Avilez. No hall de entrada podem apreciar-se painéis de azulejos historiados do início do século XVIII.Hoje alberga o Governo Civil e a Polícia de Segurança Pública.

3 - Solar dos Viscondes de PortalegreEdifício barroco com fachada facializada. O brasão pertence à antiga casa dos Costas, Sousas de Arronches, Avilezes e Juzartes, que posteriormente foram Viscondes de Portalegre.É uma casa particular.

4 - Casa Nobre de D. Nuno de SousaTambém conhecida como Solar dos Melos, foi mandada construir por D. Nuno Vaz de Sousa em 1538. Pertenceu aos Condes de Melo e depois aos de Vila Real.Da construção primitiva restam duas janelas em estilo manuelino com decoração vegetalista.

5 - Palácio BarahonaConstruído nos finais do século XVIII, início do século XIX. O brasão é de mármore branco. Pertenceu ao Dr. Francisco Cordovil Caldeira de Castel-Branco Mousinho de Mattos que era conhecido pelo apelido materno de “Barahona”. Mais tarde passou para a posse do Marquês de São Payo.Aqui funciona actualmente o Arquivo Distrital.

6 - Os Paços do ConcelhoEdifício Filipino datado de 1634. Destaca-se o trabalho em ferro forjado das sacadas das janelas. Por cima da janela principal encontra-se o escudo das armas nacionais. Dos lados existem duas lápides, uma com as armas da cidade e outra afirmando o culto à Imaculada Conceição que é Rainha de Portugal desde o reinado de D. João IV.Até Março de 2006 este edifício albergou os serviços da Câmara Municipal de Portalegre.

7 - Palácio da família Andrade e SousaÉ um edifício do Século XVII de feição sóbria e rectilínea. O brasão pertence aos Ataídes, Pereiras, Fonseca, Tavares e Carvalhais.Funcionou aqui o antigo Grémio da Lavoura.

8 - Antigo SeminárioFoi fundado no século XVI pelo 3º Bispo de Portalegre, D. Frei Amador Arrais. No século XVIII foi restaurado por ordem do Bispo D. Frei João de Azevedo.Está aqui instalado o Museu Municipal.Na Praça do Município pode ainda visitar a Catedral (século XVI/XVII/XVIII).

9 - Paço EpiscopalFundado pelo 3º Bispo de Portalegre, D. Frei Amador Arrais, nos finais do século XVI, foi remodelado no século XVIII. O brasão pertence ao 15º Bispo de Portalegre D. Frei João de Azevedo.É hoje ainda a residência do Bispo de Portalegre.

10 - Palácio AmareloFoi construído no século XVII e modificado nos séculos XVIII e XIX. Pertenceu à família dos Rombos Tavares. É constituído por 2 edifícios possuindo cada um deles um brasão esquinado. Possui um belo conjunto de sacadas em ferro forjado do século XVII. De salientar o torreão quadrado e esquinado com 4 belas janelas construído no século XIX.É uma casa particular.

11 - Palácio dos Caldeira Castel-BrancoData da primeira metade do século XVIII. O brasão ostenta as armas dos Castel-Brancos onde se pode ver um leão rompante.É actualmente o Museu da Tapeçaria de Portalegre.

12 - Palácio PóvoasData do século XVIII.

13 - Casa NobreConhecida na cidade como Palácio dos Silveiros, apresenta linhas sóbrias e um pequeno brasão na fachada principal. Foi edificada nos finais do séc. XVIII.

14 - Solar das AvencasAssim denominado pelos actuais proprietários que aqui instalaram uma unidade de Turismo de Habitação.Fachada sóbria ostentando um brasão dos Barros Castelo Branco.

15 - Casa NobreData dos finais do século XVII e é um bom exemplo da exuberância barroca desta época. Possui brasão esquartelado com elmo e timbre.No número 26 da rua Benvindo Ceia encontramos o:16 - Palácio dos Tavares FalcõesEdifício dos finais do século XVI. Na fachada ostenta o Brasão dos Tavares Falcões. No andar superior possui uma janela geminada com colunas e arcos de volta abatida.

Fadista Lucília do Carmo - Conhecer as gentes da nossa cidade

Lucília do Carmo é unanimemente reconhecida como uma das maiores estilistas do fado do século XX. Contudo, ironicamente, poucos sabem que esta cantora identificada para sempre com a canção popular de Lisboa é natural de Portalegre, onde nasceu em 1920, embora a família se tenha radicado em Lisboa quando Lucília tinha cinco anos.O potencial da sua voz foi reconhecido ainda a cantadeira era adolescente e, com 17 anos apenas, estreou-se como profissional no Retiro da Severa, por intermédio de outra figura grande do fado da altura, Filipe Pinto. Em breve Lucília do Carmo era uma das fadistas mais afamadas da capital, actuando nas principais casas de fado, e chegando inclusive a atingir grande popularidade no Brasil, onde residiria durante cinco anos.Regressada definitivamente a Portugal em 1947, Lucília do Carmo abriria a sua própria casa de fados no Bairro Alto. A Adega da Lucília tornar-se-ia histórica, sobretudo depois de o marido da cantora, Alfredo de Almeida (empresário com grande importância no desenvolvimento da sua carreira), sugerir uma mudança de nome. Nascia assim o Faia, que se tornaria em ponto obrigatório de passagem para os amadores de fado, tal a qualidade do elenco que Lucília do Carmo atrairia para ali actuar (Alfredo Marceneiro, Carlos Ramos ou Tristão da Silva foram apenas alguns dos nomes que lá cantaram). A direcção do Faia seria posteriormente assumida pelo filho da cantora, Carlos do Carmo (ele próprio fadista de grande mérito), depois do falecimento de Alfredo de Almeida. Relativamente avessa ao estúdio - deixou poucos discos gravados, embora esses poucos sejam obras essenciais do fado, como Maria Madalena ou Foi na Travessa da Palha - Lucília do Carmo retirou-se da música na década de 80. Faleceu em 1999 após doença prolongada.

Poeta José Duro - Conhecer as gentes da nossa cidade

Poeta português, natural de Portalegre. Frequentou a Escola Politécnica de Lisboa, cidade onde, em tertúlias de café, veio a desenvolver o seu interesse pela literatura, nacional e estrangeira, sofrendo forte influência de Baudelaire e de António Nobre. De temperamento melancólico e pessimista, que se reflecte em Fel (1898), ficou conhecido pela veemência da dor, o sentimentalismo e o ambiente macabro e tétrico dos seus poemas. A valorização da sua poesia foi desigual, enaltecendo-o alguns e sendo alvo de troça por parte de outros. Morreu vítima de tuberculose. Para além de Fel, escreveu, em 1896, Flores. Em 1985, António Ventura havia organizado a edição de Páginas Desconhecidas, com obras de José Duro.

"O Alentejo é sóbrio, austero, rude e forte. Tão forte que modelou de uma maneira bem vincada o carácter dos seus naturais. O primo poderá confundir um pouco o Minhoto com o Beirão, mas nunca poderá tomar o Alentejano por qualquer deles. Este acusa mais pronunciadamente as características da paisagem que lhe foi berço. É quase sempre uma alma forte, um temperamento tenaz, encarando a vida pelo seu lado mais sério. As suas canções são profundas, dramáticas, por vezes trágicas. Raramente aflora um sorriso nos seus versos. E na poesia erudita o poeta português mais trágico é um alentejano" "O poeta nunca morre embora seja agreste"

"José Duro"

Fontes da cidade de Portalegre - Conhecer a nossa cidade

A cidade de Portalegre e os seus arredores contam com mais de 30 fontes.
Até finais do século XIX, a água canalizada estava praticamente circunscrita às fontes. Só a partir dos anos quarenta do século XX se pode falar de água canalizada ao domicílio. As fontes de Portalegre começam, por isso, por constituir um mobiliário urbano de características utilitárias.
O roteiro aqui apresentado inclui fontes de valor artístico e monumental variado e pretende, num percurso onde se inserem outros monumentos e edifícios de grande valor arquitectónico, chamar a atenção para as fontes que aqui e ali vão surgindo.

Fonte do Outeiro – Situada na Rua do Pinheiro data de 1883. Pintada de amarelo e branco, cores típicas da cidade com o brasão de armas da cidade.

Fontes do Corro – Situam-se na  Praça da República. Nesta Praça encontrava-se uma Fonte Filipina com o brasão de armas da cidade, a qual se encontra hoje numa praça de Cascais. Em sua substituição foram implantados, por volta de 1894, dois marcos fontanários em granito da região.

Fonte das 3 Bicas – Situada no encontro da  Rua Garrett com o Largo Alves de Sousa data de 1864. Pintada de amarelo e branco está encimada por um belíssimo varandim. Tem 3 bicas e a data gravada.

Fonte da Concha – Situada na Rua Dr. José Maria Grande esta fonte é também chamada Fonte de Manuel de Jesus por se tratar de uma fonte particular que pertencia à casa que lhe está anexa. Data do séc. XIX. É constituída por uma grande concha em cima de um varandim. Está pintada de branco e amarelo.

Fonte da Boneca – Situada no Largo Serpa Pinto data de 1894. Executada em lioz, enquadra-se no estilo neoclássico. Parece ter sido construída com o intuito de embelezar a cidade na sequência de uma visita prevista do Rei D. Carlos I a Portalegre.

Fonte de Mergulho - Situada na Rua de Elvas data do século XVI. Servia para abastecer de água o Convento de Santa Clara que lhe está anexo. Apresenta arcos geminados, separados por um mainel, que, sobre o capitel, ostenta um círculo raiado.

Fonte do Claustro do Convento de Santa Clara – Situada na Rua de Elvas data do século XVIII e encontra-se a decorar o belo Claustro Gótico do Convento de Santa Clara. Apresenta elementos decorativos característicos do estilo Barroco.

Fonte da Misericórdia – Situada no encontro da Travessa de São Lourencinho, da Rua Acciaioli e da Rua da Misericórdia, data de 1906, e foi, provavelmente inspirada na fonte do Largo do Teatro. Numa das faces possui a data gravada e o brasão de armas da cidade gravada em relevo. Construída em mármore branco com laivos vermelhos e negros.

Fonte Nova – Situada no encontro da Rua Luís de Camões e d0 Largo data de 28 de JaneiroData de 1894. Executada pelo escultor Augusto Desirat em mármore de Estremoz. Tem duas bicas. A decoração inclui o brasão de armas da cidade de Portalegre.

Fonte do Rossio – Situada como o próprio nome indica, no Rossio, começou por ser colocada no Largo de Santiago em 1865, e só em 1889 passou para o Rossio.

Fonte do Jardim do Tarro – Situada na Avenida da Liberdade, foi construída nos anos sessenta do século XX. Está anexada a um pequeno lago que se pode atravessar por meio de passadeiras de pedra.

Fonte de Nepturno – Situada na Rua General Conde de Avillez, Mosteiro de São Bernardo, data da segunda metade do século XVI e apresenta elementos decorativos do manuelino e do renascimento. Foi remodelada no século XIX, datando desse período a figura de Nepturno e as carrancas que a suportam.

Miradouro do Pico de São Mamede - Conhecer a nossa região

Situado em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, este Miradouro está situado no Pico da Serra, a cerca de 1025 metros de altitude, constituindo mesmo o ponto mais elevado do continente Português a sul do rio Tejo. 
A paisagem é deslumbrante, chegando-se mesmo a avistar o distante mar em dias mais descobertos e de melhor visibilidade. 
Do Miradouro do Pico da Serra de São Mamede tem-se panoramas de excelência sobre a mágica vila de Marvão, Castelo de Vide, as Serras da Gardunha, de Talhadas, da Estrela, a bela Barragem da Apartadura, entre tantos outros locais de eleição.

Rebuçados de Ovo de Portalegre - Conhecer a doçaria tradicional da nossa região

Ouro embrulhado em papel de seda...
Primeiro juntam-se as gemas de ovo e o açúcar. Com a mistura fazem-se pequenas bolas que se envolvem em açúcar em pó. Prepara-se uma calda de açúcar até atingir o ponto de rebuçado e mergulham-se nela as bolas, até que o preparado arrefeça. Depois embrulham-se em papel de seda.
Os rebuçados de ovos de Portalegre fazem parte da doçaria tradicional da região e nunca, até agora, haviam sido fora dos limites do concelho. As suas origens remontam ao séc. XVIII, mais precisamente ao momento em que as freiras do Convento de Santa Clara, em Portalegre, precisamente, decidiram que era preciso encontrar uma utilidade para as gemas que sobravam dos ovos empregues na confecção das hóstias.
É claro que existem, pelo país, outras receitas de rebuçados confeccionados à base de açúcar e ovos, mas os de Portalegre são considerados os mais fiéis às receitas mais antigas que se conhecem deste doce conventual, pela simplicidade com que ainda hoje são preparados. Começaram por ser um doce tradicional da Páscoa e actualmente já fazem parte da gastronomia do Norte Alentejano durante todo o ano.
Há cerca de 50 anos que são comercializados – em Portalegre, repetimos. Mas agora têm marca registada, imagem comercial e todas as condições de qualidade e higiene garantidas, podendo ser encontrados à venda em várias lojas gourmet e restaurantes do país. Isto, desde os princípios de 2006, quando a empresa Sabores Santa Clara lançou o Rebuçado de Ovo de Portalegre, o primeiro produto da marca Fábrica do Rebuçado.
A ideia de criar a marca Fábrica do Rebuçado surgiu com o objectivo de divulgar estas doçuras regionais rebuçados para além do Alentejo, tanto a nível nacional como internacional. A principal preocupação dos mentores deste projecto foi o respeito pelo modo de fabrico tradicional. Para tal houve um período intenso de investigação, em colaboração com a Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, para conseguir-se o alargamento do prazo de validade do produto sem ter que acrescentar outros ingredientes para além dos que constam na receita original.
O resultado é um período de conservação de um mês após a data de fabrico, em local fresco e seco. Há ainda a possibilidade de congelar estes rebuçados para que durem mais tempo, devendo ser descongelados à temperatura ambiente para que conservem a cor, o aroma e o sabor que os caracterizam.
O Rebuçado de Ovo de Portalegre pode ser encontrado em apelativas latas de 6, 12 e 18 rebuçados. Existem ainda embalagens de 50, 100 e 150 rebuçados, destinadas, sobretudo, à indústria hoteleira, mas que podem também interessar a clientes particulares, uma vez que podem ser personalizadas de forma a constituírem brindes de excepção em festas e outros eventos.
No site www.rebucado.com poderá obter todas as informações acerca destas pequenas delícias, sabendo quais os pontos de venda em todo o país e permitindo ainda a realização de encomendas on-line. Delicie-se.

Portas da cidade de Portalegre - Conhecer a nossa cidade

Portas da cidade de Portalegre:

Porta do Crato: (nº3 no mapa):

Placa toponímica: Porta do Crato séc. XIII.
Localização: Liga o Largo do Paço à Rua 1ª de Maio

Conhecida actualmente por “arco do bispo”, é uma construção do século XIII, sendo designada por “ Porta do Crato”.
Este nome advém-lhe, certamente, do facto de se encontrar em frente da vila do Crato, povoado de grande prestígio daquela época. Daqui se avista um deslumbrante panorama. Defronte, num pequeno edifício onde funciona a Câmara Eclesiástica, vê-se o brasão do bispo D. Frei Manuel Coutinho da silva. A seguir, no largo Cristovão Falcão, o célebre poeta Crisfal que nesta cidade nasceu, fica o magnífico Palácio Amarelo, edifício do séc. XVIII que sofreu várias modificações nos dois séculos seguintes. Foi solar dos Rombos de Sousa Tavares e, depois, dos viscondes de Abrançalha. Tem doze janelas com grades de ferro, elegante e ricamente trabalhadas.

Porta Falsa: (nº4 no mapa):

A placa toponímica afixada na fachada do Palácio Amarelo, na Rua da Figueira, esclarece-nos que esta artéria, no séc. XIII, tinha a designação de “Poterna”, o que significa que existiu uma “galeria subterrânea ou porta falsa, para sai secretamente da praça fortificada”. Esta passagem presentemente está fechada, não sabemos desde quando, Vide anotações à Rua da Figueira). Não teria havido confusão em classificar ou atribuir à Porta Falsa?
Fica a incógnita.

Porta da Devesa: (nº5 no mapa):
 
Placa toponímica: Porta de Devesa - séc. XIII.
Localização: Final da Rua Luís de Camões e início da Rua 5 de Outubro.

Esta porta é uma das insígnias da cidade. O seu nome tem origem no facto de separar a povoação propriamente dita do campo fértil que nesse tempo se lhe seguia, ou ainda por ser o terminus dessa mesma povoação.
Ainda hoje, quem bem olhar, desfruta dali um dos mais belos panoramas que a nossa cidade nos oferece, sendo o encanto de muitos amantes da fotografia.
Podemos admitir que esta porta também fosse conhecida por Porta do Espírito Santo por se avista dali a igreja e o largo com este nome. Esta porta tinha duas torres emparelhadas (antigas armas da vila e depois cidade de Portalegre), tal como se vêem reproduzidas na frontaria do Paços do Concelho.

Porta do Postigo: (nº6 no mapa):

Pelo Eng.º Fernando Alberto de Sodré da Costa Freire, foi apresentada na reunião camarária de 1 de Fevereiro de 1934 uma proposta para alargamento da Rua do Carmo, considerando não só a estética citadina, como a maior facilidade do trânsito. Esta obra, cujo projecto oferecido pelo proponente, viria a debelar a cise de trabalho que avassalava a classe operária, com ela pretendendo a vereação mostrar aos vindouros não estar interessada em destruir, mas sim construir e conservar.
Da proposta constava que para as obras se fizessem as necessárias diligências junto dos proprietários que cederiam os terrenos, a título gratuito, e que o eixo da porta fosse deslocado o necessário para o seu encastramento na muralha ainda existente no Largo dos Combatentes da Grande Guerra, nele se colocando uma lápide com os seguintes dizeres:

“ No primeiro dia do mês de Fevereiro do ano de mil novecentos e trinta e quatro (MCMXXXIV) por proposta do seu Presidente Engenheiro Fernando Alberto de Sodré da Costa Freire, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Portalegre e para efeitos de alargamento da Rua do Carmo, resolveu desloca o eixo desta Porta e encastrá-lo na antiga muralha, a fim de mostrar aos vindouros o culto que as gerações de então tinham pelo passado. O eixo da Porta foi deslocado de doze metros para Sul.

Porta de Alegrete: (nº7 no mapa):

Placa toponímica: Porta de Alegrete. Séc.XIII.
Localização: Fica no arrabalde de São Francisco e do Corro-hoje Praça da República.

Presentemente, é conhecida por Arco de Santo António, dada a existência ali de um nicho com a imagem daquele santo, padroeiro da cidade de Portalegre, ou ainda por Porta de São Francisco.
Devia ser a porta de maior movimento da cidade, uma vez que era o elo de ligação entre a sua parte mais importante e os lugares de lazer, os mercados e os acessos às Freguesias rurais mais populosas.
Passando pelo arco de Santo António, a Porta de Alegrete, encontrar-nos-emos na Praça da Republica, vasto recinto noutros tempos chamado “Corro”, possivelmente por ser destinado aos folguedos nos quais se quebravam lanças em torneios e se jogavam canas em alcanzias. Neste desafogo recinto, merece atenção um interessante trabalho de alvenaria existente no cunhal de um prédio que dá para a Rua Garrett. Mais adiante, estaremos em presença dos notáveis edifícios do Governo Civil e do Antigo Liceu. O primeiro, do séc. XVIII, pertenceu ao conde Avillez, herói da Guerra Peninsular; o segundo, também do séc. XVIII, foi propriedade de Diogo da Fonseca, celebrado Morgado da Lameira.

Porta de Évora: (nº2 no mapa):

Placa toponímica: Rua do Arco de Évora
Localização: Rua que faz a ligação da Praça do Município à Rua 1º de Maio.

Já não existe esta porta, nem a sua construção deixou qualquer vestígio. Seria a saída do Largo da Sé, pela Rua do Arco, para a estrada hoje com a designação de 1.º de Maio.
A atribuição do nome de Porta de Évora deve ter sido influenciada pela proximidade da cidade de Évora, capital do Alto Alentejo, que Portalegre quis homenagear. Com as obras de alargamento da Rua de Elvas, desapareceram os últimos vestígios desta porta, que estava orientada para a cidade fronteiriça.

Porta de Elvas: (nº1 no mapa):



Capela do Calvário - Conhecer a nossa cidade

Alguns historiadores afirmam desconhecer a data da edificação do Calvário ou Capela do Calvário situado na cidade de Portalegre. Assim sendo são-lhe atribuídos os séculos XVII, XVIII, como prováveis da construção.
Esta é, portanto, uma incógnita que persiste.
Tem um altar com imagens aderentes e dois oratórios escavados nas esquinas que se dobram um pouco além da porta principal.
Colocado num ponto elevado, tem no adro um cruzeiro de pedra mármore, assente numa base quadrada, e sobre ela uma circunferência também em mármore, com caveiras esculpidas.Na frontaria tem cruzes de azulejos, com inscrições referentes aos Passos da Paixão.
Em tempos, fazia-se uma procissão de Portalegre até ao calvário. Os penitentes que nela tomavam parte caminhavam de cara tapada e cada qual levava o peso que julgava capaz, para aliviar o seu pecado: madeiros aos ombros, pedras e correntes presas às pernas.Numa daquelas procissões em Portalegre, reza a história, que um penitente entrou numa pequena casa quase ao pé do calvário e deu o seu fim a um menino de berço, porque a mãe o rejeitara e casara com outro. Tal procissão, terminou deste esse acontecimento.