Quando José Régio foi colocado no Liceu Mouzinho da Silveira, em Portalegre, na casa funcionava uma pensão, onde se hospedou.
Data dos finais do século XVII e terá sido um anexo do convento de S. Brás, do qual ainda existem alguns vestígios, nomeadamente da capela. Também serviu como quartel-general aquando das guerras peninsulares e muito mais tarde pensão 21.
José Régio alugou um humilde quarto e à medida que a necessidade de espaço aumentava com a ampliação constante da sua colecção, ia alugando as outras dependências da casa, até que se transformou em hóspede único.
Em 1965 vende a sua colecção à Câmara Municipal de Portalegre com a condição desta adquirir a casa, restaurar e transformar em Museu. Ficaria com o usufruto e só a sua morte este passaria para a Câmara. Tal não aconteceu, pois José Régio morre a 22 de Dezembro de 1969 e o Museu só veio a abrir a 23 de Maio de 1971.
Além deste espólio, a Casa-Museu possui um variado acervo literário dividido entre a própria casa, as reservas e o centro de estudos.
Este espólio resultou do gosto, de José Régio, pelas antiguidades pelo coleccionismo que segundo diz, nasceu-lhe cedo por influência do seu avô. Mas foi no Alentejo que se ampliou e desenvolveu. A região era fértil e rapidamente se espalhou que havia um professor de Liceu que gostava e comprava coisas velhas. Começou por ser um passatempo, uma mania, mas depressa se transforma numa actividade regular, num vício.
Compra, vende e troca. Tinha épocas. A dos pratos: os "ratinhos" - uma faiança popular de Coimbra, trazida por migrantes que vinham ceifar ao Alentejo e no final das fegas os trocavam por roupas e tecidos, os de Estremoz, de Miragaia, de Fervença...
Os estanhos, os cobres, e na cozinha os ferros forjados e outras curiosidades do artesanato alentejano - marcadores de pão e bolos, as pintadeiras, dedeiras ou canudos e os trabalhos em chifre como as cornas e os polvorinhos.
E não podemos deixar de referir a colecção de arte sacra. Os Cristos, a sua grande colecção, nas mais diversas apresentações e representações são, essencialmente, em madeira e de arte popular. Feitos por quem tinha um certo jeito, faziam parte do enxoval das noivas, em tempos idos no Alentejo!
Contactos:
Rua José Réglo, Boavista-Portalegre
Telefone: 245 307 535
Horário: de 3ª Feira a Domingo
09.30 às 12.30 horas
14.00 às 18.00 horas
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