Lucília do Carmo é unanimemente reconhecida como uma das maiores estilistas do fado do século XX. Contudo, ironicamente, poucos sabem que esta cantora identificada para sempre com a canção popular de Lisboa é natural de Portalegre, onde nasceu em 1920, embora a família se tenha radicado em Lisboa quando Lucília tinha cinco anos.O potencial da sua voz foi reconhecido ainda a cantadeira era adolescente e, com 17 anos apenas, estreou-se como profissional no Retiro da Severa, por intermédio de outra figura grande do fado da altura, Filipe Pinto. Em breve Lucília do Carmo era uma das fadistas mais afamadas da capital, actuando nas principais casas de fado, e chegando inclusive a atingir grande popularidade no Brasil, onde residiria durante cinco anos.Regressada definitivamente a Portugal em 1947, Lucília do Carmo abriria a sua própria casa de fados no Bairro Alto. A Adega da Lucília tornar-se-ia histórica, sobretudo depois de o marido da cantora, Alfredo de Almeida (empresário com grande importância no desenvolvimento da sua carreira), sugerir uma mudança de nome. Nascia assim o Faia, que se tornaria em ponto obrigatório de passagem para os amadores de fado, tal a qualidade do elenco que Lucília do Carmo atrairia para ali actuar (Alfredo Marceneiro, Carlos Ramos ou Tristão da Silva foram apenas alguns dos nomes que lá cantaram). A direcção do Faia seria posteriormente assumida pelo filho da cantora, Carlos do Carmo (ele próprio fadista de grande mérito), depois do falecimento de Alfredo de Almeida. Relativamente avessa ao estúdio - deixou poucos discos gravados, embora esses poucos sejam obras essenciais do fado, como Maria Madalena ou Foi na Travessa da Palha - Lucília do Carmo retirou-se da música na década de 80. Faleceu em 1999 após doença prolongada.
"Se a lua não nascesse um dia... Deixaríamos de existir..."
Grupo Académico Serenatas de Portalegre
O Grupo Académico de Serenatas de Portalegre foi fundado na década de noventa, por alguns elementos que pertenciam à Tuna Papasmisto ( Tuna mista do Politécnico de Portalegre ). Aquando do casamento de um casal de elementos da referida tuna, alguns elementos masculinos da mesma, querendo oferecer uma prenda especial ao casal, reuniam após os ensaios para ensaiar a referida prenda. Devido à qualidade desses ensaios, que ultrapassaram todas as expectativas dos tunos, iniciaram-se então as conversações com vista à formação Grupo Académico de Serenatas de Portalegre. Fundado na famosa casa nº 140 da Rua da Mouraria, na altura casa de Paulo Silva, aluno do 1º ano de Matemática e Ciências, foi marcada uma reunião onde foram discutidas as linhas mestras que regem ainda o hoje o grupo, fundado com o intuito de preencher uma lacuna existente na academia Portalegrense. Desde então o grupo continua a exercer as suas actividades até aos dias de hoje, desejando que o espírito académico se prolongue por muitos e muitos anos, através de uma renovação constante de novos elementos e novas mentalidades, sem nunca destorcer o verdadeiro significado do espírito de serenata. Para além da participação em várias semanas académicas e eventos em que o espírito de serenata se adeqúe, o Grupo Académico de Serenatas de Portalegre preza ainda pela continuidade da sua tradição de actuações nocturnas pelas ruas da cidade de Portalegre de janela em janela.
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